PROGRAMAÇÃO DA SEMANACS 2020
Não perca!
21/09, 19h
MESA DE ABERTURA - DESMONTE DA SAÚDE PÚBLICA
Júlia Amorim: Doutoranda FSP/USP. Compõe Fórum Popular de Saúde.
Silvia Maria Santiago: Professora da FCM/Unicamp.
Wagner Romão: Professor do IFCH/Unicamp e coordenador do NEPAC/Unicamp.
Como é de costume em todos os anos da SemanaCS, a mesa de abertura trata questões conjunturais do país. Sendo assim, esse ano decidimos abordar o tema “desmonte da saúde pública” devido a pandemia do coronavírus e da evidenciação da relevância do sistema público de saúde brasileiro e, simultaneamente, de seu progressivo sucateamento. Dessa forma, essa mesa tem como objetivo trazer as principais causas e consequências desse processo além do impacto que este traz para a população brasileira e para a administração pública.
22/09, 16h
MINICURSO 01 - INTRODUÇÃO AOS TRANSFEMINISMOS E OUTRAS PRODUÇÕES TRANS*
Brume Dezembro Iazzetti (PAGU/Unicamp)
Este minicurso propõe uma breve trajetória da produção transfeminista a partir dos transgender studies estadunidenses e suas re/leituras em uma prolífica produção nacional, que tem desenvolvido perspectivas teóricas e práticas interseccionais e decoloniais. Isso implica em aproximações e distanciamentos entre os diferentes percursos dessas produções, que ao mesmo tempo incluem e excedem um recorte trans*. Esse curso, de orientação transdisciplinar, procura introduzir produções e referências trans* dentro e fora da academia, assim como alguns eixos comuns de debate, de modo a fornecer as primeiras ferramentas de trabalho às pessoas ouvintes.
23/09, 19h
MESA 02 - ENTRE O TRATOR E O VENENO: AS LUTAS DOS POVOS INDÍGENAS NO BRASIL
Alice Pataxó: Ativista, palestrante e comunicadora indígena, apresentadora do canal Nuhé, cursa Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades/UFSB
Artionka Capibeiribe: Professora do IFCH/Unicamp
Tukumã Pataxó/William Matos: Comunicador indígena na @midiaindiaoficial, diretor de comunicação de @ajioficial, cursa gastronomia/UFBA
Essa mesa tem como objetivo trazer as narrativas das lutas dos povos indígenas nos últimos anos no Brasil dialogando com o contexto político, ou seja, a retirada de direitos das populações indígenas, o desmonte de órgãos competentes, o avanço da indústria agropecuária e também a pandemia do coronavírus.
24/09, 14h
MINICURSO 02 - TRABALHO EMOCIONAL NO CAPITALISMO: A IMPORTÂNCIA DE OLHARES INTERSECCIONAIS NAS CIÊNCIAS SOCIAIS
Barbara Brandi (IFCH/Unicamp)
Esse minicurso foi pensado a partir de um exemplo concreto da importância de olhares e abordagens interseccionais/consubstanciais para as pesquisas em ciências sociais. O trabalho emocional concentra em si essas três relações sociais e escancaram a importância de se compreender suas conexões e articulações. Por exemplo, Soares (2016) mostra como parte do trabalho de enfermeiras - categoria que no Brasil é composta 85% por mulheres - é composto pelo “produzir confiança”. Quando elas não conseguem fazê-lo, acabam aumentando a carga de trabalho sentida por elas - como famílias que ficam ligando o tempo todo para perguntar sobre seus entes, uma vez que não confiam nelas. Segundo ele, mulheres negras teriam mais dificuldade de produzir essa confiança quando em comparação com suas colegas brancas.
O minicurso terá portanto dois momentos:
1. Explicar o conceito de trabalho emocional/psicodinâmica do trabalho a partir de autores como Arlie Hochschild e Christophe Dejours.
2. Mostrar a importância de como o debate sobre o trabalho emocional não pode ser desvinculado das análises interseccionais/consubstanciais. Farei também uma rápida explicação das aproximações e distanciamentos dos conceitos de interseccionalidade e consubstancialidade.Para isso, utilizarei exemplos de pesquisas no campo de psicologia do trabalho e sociologia do trabalho. Ex. Pascale Molinier, Angelo Soares, Nadya Araujo e Helena Hirata.
Disponibilizarei um drive para os inscritos no minicurso um conjunto de textos de apoio e aprofundamento no debate exposto.
25/09, 14h
MESA 03 - PENSAMENTO ANTICOLONIAL: RAÇA E CLASSE
Jacqueline Botelho: Professora adjunta da ESS/UFF. Coordenadora do NEPEQ, pesquisadora permanente do NEDDATE/UFF, integrante do Grupo THESE, entre outros.
Matheus Gato de Jesus: Doutor em Sociologia pela USP, desenvolve pesquisas nas áreas de relações raciais, sociologia política e da cultura, com ênfase nas áreas do pensamento social brasileiro, da sociologia histórica, dos intelectuais, da literatura, dos regionalismos e dos processos de racialização nos espaços urbanos.
Omar Ribeiro Thomaz: Professor livre-docente do IFCH/Unicamp. Desenvolve pesquisa nas áreas de antropologia da guerra e do conflito e história social da África e do Caribe, tendo realizado pesquisa de campo no sul de Moçambique, em Uganda e no Haiti.
A mesa tem por objetivo articular as categorias de anticolonialidade, raça e classe, pensando, dessa forma, a realidade como um todo integrado, e não fragmentado. Além disso, queremos trazer a reflexão sobre o que ainda há de colonialidade na nossa sociedade, desde questões sociais até econômicas, e quais são as consequências disso para sujeitos marcados por raça e por classe.
26/09, 14h
MINICURSO 03 - AFROFUTURISMO: OUTROS CAMINHOS OARA A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NEGRA
Waldson Gomes de Souza (POSLIT, UnB)
Objetivos: Partindo de questões sobre representação negra na ficção especulativa (fantasia,
ficção científica e horror sobrenatural), o minicurso fará uma introdução ao
afrofuturismo, considerando as contribuições dos principais estudiosos e estudiosas
sobre o tema. Serão discutidas noções essenciais do movimento artístico como estética,
temática e centralidade negra no que diz respeito aos produtores das obras e
personagens nelas presentes. Os exemplos analisados terão foco na literatura, mas
outras mídias, como o cinema e a música, serão mencionadas ao longo do minicurso.
Também é objetivo debater sobre como o afrofuturismo pode contribuir para uma
representatividade atrelada a conceitos e ideais que são importantes para a construção da
identidade negra, bem como para moldar narrativas que se afastam de perspectivas
hegemônicas.
Tópicos
Representação negra na ficção especulativa;
Surgimento do termo e definição do conceito de afrofuturismo;
Tornando-se sujeitos: a importância de contar narrativas sobre si;
O tempo é cíclico: resgatando o passado, questionando o presente e projetando futuros;
Afrofuturismo na literatura: principais obras e autores;
Sugestões de leituras:
IMARISHA, Walidah. Reescrevendo o futuro: usando ficção científica para rever a
justiça. Trad. Jota Mombaça. Revista Ponto Virgulina, n. 1, p. 254-262, 2020.
FREITAS, Kênia; MESSIAS, José. O futuro será negro ou não será: Afrofuturismo
versus Afropessimismo - as distopias do presente. Revista Imagofagia, v. 17, p. 402-
424, 2018.
SOUZA, Waldson Gomes de. Afrofuturismo: o futuro ancestral na literatura brasileira
contemporânea. 2019. 102 f., il. Dissertação (Mestrado em Literatura) — Universidade de
Brasília, Brasília, 2019.
YASZEK, Lisa. Raça na ficção científica: o caso do afrofuturismo. Trad. Petê Rissati.
Revista Ponto Virgulina, n. 1, p. 140-160, 2020.
*Observação: Todos os textos estão disponíveis na internet.
28/09, 14h
MESA 04 - A MERCANTILIZAÇÃO DO ENSINO: DESAFIOS PARA UMA EDUCAÇÃO POPULAR NO BRASIL
Felipe Bandeira: Doutorando em Desenvolvimento Econômico/Unicamp e coordenador da rede de cursinhos populares Emancipa em 2019.
Guilherme Ketzer: Graduado em História/Unicamp.
Lalo Watanabe: Professor da FE/Unicamp e pesquisador do GEPECS/Unicamp.
O objetivo dessa mesa é abordar a questão da crescente mercantilização do ensino no país e o impacto deste processo no ensino público e na vida dos estudantes. Além disso, queremos mostrar alternativas possíveis a essa mercantilização e as dificuldades de implementação diante desse cenário.
29/09, 19h
MINICURSO 04 - ABOLICIONISMO PENAL: UMA PERSPECTIVA MARXISTA
Thiago Celli Moreira de Araujo (Direito Penal/UERJ)
Abolicionismo penal: variações conceituais. Da inviabilidade de uma teoria abolicionista. Criminologia crítica: uma reinterpretação dialético-materialista. O irracionalismo de (certa) esquerda contemporânea: a charlatanice pós-moderna. De volta às bases marxianas: redescobrindo o método. Por uma criminologia crítica brasileira.
30/09, 14h
MESA 05 - AVANÇO CONSERVADOR: IDEOLOGIA E PRÁTICA DAS DIREITAS EM MOVIMENTO
André Kaysel: Professor IFCH/Unicamp, coordenador do PEPOL/Unicamp, diretor do CEMARX/Unicamp e professor associado do CEDEC.
Luciana Tatagiba: Professora do IFCH/Unicamp, coordenadora do NEPAC/Unicamp.
Ronaldo de Almeida: Professor do IFCH/Unicamp e pesquisador do CEBRAP.
Sávio Cavalcante: Professor do IFCH/Unicamp, membro do CEMARX/Unicamp e membro do Conselho Fiscal da Diretoria da ABET.
01/10, 14h
MINICURSO 05 - INTRODUÇÃO À TEORIA MARXISTA DA DEPENDÊNCIA
Aline Miglioli (IE/Unicamp), Daniela Schlogel (IE/Unicamp), Gabriel Oliveira (IE/Unicamp)
Distanciando-se das interpretações teóricas hegemônicas que a partir dos anos 1960 buscaram entender o subdesenvolvimento e a dependência latino-americana, a aplicação prática da interpretação marxista da dependência resulta em respostas revolucionárias para a América Latina. Portanto, o objetivo deste encontro é introduzir a Teoria Marxista da Dependência por dois caminhos, apresentando sua origem a partir do debate com a CEPAL, com os autores da “Teoria da Dependência” e com o Partido Comunista Brasileiro e definindo seus principais conceitos teóricos: a dependência, a superexploração e o imperialismo. Busca-se neste minicurso resgatar a memória e a teoria da TMD e apresentar uma ampla agenda de pesquisa atual.
02/10, 14h
MESA DE ENCERRAMENTO - INVISIBILIZAÇÃO DAS PESQUISADORAS NAS CIÊNCIAS HUMANAS
Bárbara Castro: Professora do IFCH/Unicamp, pesquisadora associada do PAGU/Unicamp e do REMIR-Trabalho.
Barbara Luisa: Doutoranda em Sociologia/Unicamp.
Lucilene Reginaldo: Professora do IFCH/Unicamp, autora do livro Os Rosários dos Angolas: irmandades e africanos e crioulos na Bahia Setecentista (2011).
Mariana Chaguri: Professora do IFCH/Unicamp, pesquisadora do CERES/Unicamp e integrante do Laboratório de Licenciaturas do IFCH/Unicamp.
Em consonância com o tema geral adotado pela SemanaCS 2020, “Em defesa da ciência: memória, teoria e prática nas Ciências Sociais”, a decisão por abordar o tema como encerramento da Semana de Ciências Sociais se sustenta pelo histórico de marginalização das mulheres na ciência que afeta a teoria e a prática do fazer científico. Trazemos o foco para a área das ciências humanas, ainda que esta realidade se apresente nas mais diversas áreas da ciência, nas quais nosso processo de identificação se amplifica e se torna parte dessa realidade que não pode ser esquecida e deve se manter na memória daqueles que contribuem para a Ciência no Brasil e no Mundo.
03/10, 15h
MINICURSO 06 - SENTIDOS DO PROGRESSO: UMA VISÃO SOCIOLÓGICA
Thaís Capovilla (IFCH/Unicamp)
O minicurso tem por objetivo introduzir as/ os participantes no universo das discussões sobre a ideia de “progresso”. A apresentação será estruturada em três eixos temáticos: (1) concepções clássicas; (2) a relação entre progresso e ciência & tecnologia; (3) progresso enquanto ideologia. Lançar-se na empreitada de determinar se os avanços obtidos em diversas áreas do conhecimento e da atividade social têm colaborado para a melhor qualidade de vida é uma tarefa desafiadora. Questionar-se se a evolução da tecnologia e o acúmulo de riquezas condizem com os anseios por felicidade e saúde força-nos a confrontar os contrassensos, incertezas e contradições que o sentido do progresso humano carrega. Neste contexto de dubiedade, a perspectiva sociológica oferece-nos a possibilidade de analisar a ideia de progresso, esmiuçando-a e revelando características de diversas naturezas (cultural, política, histórica, entre outras), sem que caiamos em dicotomias pretensamente simétricas sobre o que é “bom” e “correto” e o que é “mau” e “errado” em se tratando de progresso humano. A proposta do minicurso é, portanto, guiar as/ os participantes na investigação dos elementos sociais que compõem a construção da noção de progresso, atentando aos múltiplos agentes envolvidos nesse processo. O primeiro eixo temático será destinado à apresentação de concepções clássicas da ideia de progresso (Auguste Comte, Karl Marx, Émile Durkheim, Max Weber, Charles Darwin) e suas principais divergências. O segundo eixo envolverá a temática da relação entre a noção de progresso e o desenvolvimento/ avanço do conhecimento científico e da tecnologia, propondo uma reflexão sobre as diferenças entre o desenvolvimento humano/ social e o desenvolvimento tecnocientífico. O terceiro eixo temático, por fim, trará a exposição da problemática ideológica, apresentando uma desconstrução do discurso hegemônico sobre progresso apropriado e disseminado por elites econômicas.
APOIO
IFCH/UNICAMP
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
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